tag:blogger.com,1999:blog-4461043411180763746.post1927717931395678309..comments2022-04-03T20:10:13.347-07:00Comments on Socialismo - Cultura: “Trabalho digno”: resposta para a criseMicael Sousahttp://www.blogger.com/profile/04210271642624158852noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-4461043411180763746.post-41306253992001599642011-02-11T01:27:17.042-08:002011-02-11T01:27:17.042-08:00Finalmente chego à questão que neste momento mais ...Finalmente chego à questão que neste momento mais me interessa e que é a do diálogo social. Esta questão está dependente da cultura de responsabilidade social e participação cívica que mereceria campanhas de marketing social (há muitos anos que ando a propor estas campanhas e a petição do Micael, sobre a corrupção, também inclui algumas vertentes relacionadas). Claro que mais importante que as campanhas seria a implantação de uma democracia cognitiva, muito mais descentralizada e participativa (já neste blogue temos uma breve exposição deste conceito, no seu primeiro texto). Quanto a mim o republicanismo, baseado em parlamentos eleitos por sufrágio universal, tem os dias contados e só está a prejudicar o avanço da sociedade. Não sei como se chamará o novo regime (cognitivismo parece-me muito feio) mas creio que o republicanismo se encontra numa agonia que nos está a levar a todos para uma crise profunda, tanto quanto o fez a monarquia nos seus últimos anos. Ainda sobre a questão do diálogo social, quero frisar a importância de conseguirmos que a democracia domine a economia e que não seja o contrário, como hoje, infelizmente, acontece com uma clareza absoluta. Resta abordar a questão do poder negocial do capital face ao trabalho. Nesta faceta do diálogo social também estamos muito longe de uma negociação livre. De facto, uma das partes tem enormes reservas financeiras que lhe permitem esperar até que a outra ceda, para já não falar no seu nível de concentração que lhe facilita a negociação nem do conhecimento que tem da desutilidade das duas partes (isto é, sabe qual a recompensa que efectivamente recompensa o esforço e o risco envolvido na actividade profissional de ambas as partes, enquanto que o trabalhador não faz a mínima ideia da taxa de lucro que efectivamente incentiva o capital a continuar a investir). Não há mercado livre sem que o Estado e os sindicatos consigam reequilibrar esta assimetria do poder negocial. Este é um dos grandes paradoxos da liberdade e do mercado.<br />Por último, a questão da compropriedade dos meios de produção. Creio que a exposição do Cláudio sobre o conteúdo da encíclica “Laborem Exercens” irá deixar perplexos muitos republicanos. Tanto quanto sei existe uma defesa de um certo comunitarismo de propriedade (peço desculpa se estou enganado pois há muito que nada leio sobre isto). Parece-me que seria muito interessante o Cláudio vir a escrever mais sobre os argumentos e formas deste comunitarismo económico, da DSI.<br /><br />José Lacerda FonsecaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4461043411180763746.post-84616685561460779742011-02-11T01:26:46.801-08:002011-02-11T01:26:46.801-08:00Este comentário foi removido pelo autor.Micael Sousahttps://www.blogger.com/profile/04210271642624158852noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4461043411180763746.post-52592108910205009542011-02-11T01:26:26.643-08:002011-02-11T01:26:26.643-08:00Este texto é muito rico, envolvendo vários aspecto...Este texto é muito rico, envolvendo vários aspectos, desde logo os aspectos organizacionais endógenos (relacionados com o tradicional conceito teórico de Job Satisfaction, recentemente ampliado para Quality of Work. http://en.wikipedia.org/wiki/Quality_of_working_life que penso ser a base conceptual plasmada nas posições da OIT). Depois os aspectos mais sociais e políticos.<br />Sobre as estas questões endógenas, o Cláudio apresenta uma concepção mais alargada do que a habitual. Tentando juntar algumas listas do Job Satisfaction com os aspectos apresentados pelo Cláudio e, ainda, com algumas sugestões minhas (algumas inspiradas por vários autores da tradição socialista, nomeadamente os “socialistas utópicos” e Marcuse), ficamos com uma lista bastante vasta de factores de uma vida profissional digna e ética: salário compatível com o desenvolvimento de uma família, justiça na recompensa e no despedimento, colocação de todas as capacidades no trabalho, condições para um trabalho não degradante da esperança de vida, organização racional, dialogante e não arbitrariedade, espírito de equipa a todos os níveis da organização, sustentabilidade/visão de longo prazo para o crescimento e inovação, acesso ao melhor conhecimento, desenvolvimento das capacidades e superação do trabalho rotineiro, possibilidade temporal e material de exercício das responsabilidades cívicas e familiares dos trabalhadores, bem como de actividades de restauro pessoal, qualidade e estética das instalações, urbanidade nas relações humanas, facilidade de acessos e segurança do local e arredores, proximidade de certos serviços.<br />Creio que é conveniente dizer que se tratam de direitos e de deveres. Aliás, um direito é sempre um dever, pois quem dele beneficia tem o dever de criar condições para que os outros também dele usufruam.<br />Em relação aos aspectos mais políticos e sociais, o Cláudio distingue três aspectos: emprego, protecção social e diálogo social. Considero que em relação ao emprego temos de continuar a lutar pela racionalidade da estrutura económica e não dominância do interesse privado sobe o colectivo, bem como pela erradicação de discriminação baseada na raça, sexo, idade, etc.. Todas situações muito distantes da actual. Já sobre a protecção social parecem-me relevantes as questões do subsídio desemprego, indemnização por despedimento (estamos à beira de mais um retrocesso neste aspecto), apoio informativo na procura de emprego, apoio no desenvolvimento de competências profissionais e pessoais e Estado Social (saúde, educação, segurança, ecologia, rendimento mínimo de reinserção). Está visto que a história está, neste momento, mais vocacionada para o Job empobrecimento do que para o Job enriquecimento, até porque o Estado Social está quase insolvente. <br /><br />José Nuno Lacerda FonsecaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4461043411180763746.post-32715419591131380742011-02-11T01:25:50.830-08:002011-02-11T01:25:50.830-08:00Este comentário foi removido pelo autor.Micael Sousahttps://www.blogger.com/profile/04210271642624158852noreply@blogger.com